Com um mês de atraso, começo hoje a escrever meu diário de viagem pela Ásia!
Nestes quase 30 dias - cheguei aqui em 16 de agosto - já conheci bastante de Macau e viajei para Hong Kong, Guangzhou e Zhuhai, todas próximas daqui, mas bem diferentes entre si.
Para ir pra Hong Kong basta tomar um ferry boat aqui em Macau e a viagem dura 45 minutos. A cidade é linda, mistura o que há de moderno no ocidente com o que há de mais antigo e tradicional da cultura chinesa. Fantástica! Mas cara, bem cara em comparação com cidades chinesas.
Zhuhai, por sua vez, é o paraíso das compras. Depois de cruzar a fronteira de Macau para a China, a pé, chega-se em Zhuhai. A 10 passos da alfândega há um shopping subterrâneo com muitas lojas. Principalmente de roupas, bolsas, Cds e Dvds, sapatos. Os preços são ótimos - paguei 40 patacas (cerca de R$ 10) pela terceira temporada do Lost. É falso, mas perfeito. Você não diz que não é verdadeiro se olhar a caixa. Ainda não tive tempo de assistir e acho que não terei, mas dei uma espiada e a imagem é boa também. As roupas, no entanto, tem péssima qualidade.
Macau não é uma cidade barata, custa pelo menos o dobro da China (de Zhuhai, por exemplo). Mas muitas coisas são bem mais baratas do que no Brasil. É possível pagar 16 patacas (R$ 4 ) por um almoço bom, R$ 15 por uma blusa boa, R$ 5 por um par de havanas (isso mesmo, havanas) e R$ 20 por um par de Havaianas verdadeiras.
Bem, de Hong Kong fui de ônibus até Guanzhou (no Brasil, Cantão), já no continente chinês, na província de Guangdong. A cidade tem 10 milhões de habitantes e é bem esparramada. Fomos em 20 pessoas, todos alunos do programa de intercâmbio da Universidade de Macau. Ficamos em um albergue excelente, muito bem localizado - de frente para o rio, perto do metrô e de vários restaurantes e bares - e barato (R$ 16 por noite, em quarto com 6 camas e banheiro privado).
De Guangzhou guardo a imagem de idosos jogando peteca com os pés, dançando uma espécie de tango, jogando badminton, ouvindo músicas.... como se fossem jovens. As praças todas cheias deles, todos felizes.
Também guardo a amizade que fiz com uma garotinha de 8 anos de óculos e camiseta amarela. Ela me ensinou contar até 10 em chinês. Ela dizia os números em inglês e chinês, e repetia até eu acertar a pronúncia.
As crianças chinesas aprendem inglês (não sei se todas elas, mas as que conheci até agora aprendem) então para pedir informações nas ruas é melhor recorrer a elas. Logo que chegamos (eu, Antônio, as portuguesas Daniela e Rita e o alemão Marcel) pegamos um táxi para ir até o albergue. Não sabíamos o endereço chinês, então o taxista parou um homem na rua para pedir informação. Mas não era um homem qualquer, era um homem com uma criança de uns 9 anos... Pronto! Falamos o nome em inglês, a criança traduziu para o pai, que disse ao taxista.
Ni hao! (Oi!)
Mas agora estou estudando chinês e espero da próxima vez conseguir ao menos dizer para onde quero ir!
Por enquanto só sei dizer: Oi! Tudo bem? Bom dia! Boa Noite! Tchau! Tudo bem, e você? Quero arroz, frango e vegetais. Obrigada! Me desculpe! Quero ir para a Universidade de Macau. E mais uma coisinha ou outra.... Ah, mas tem um detalhe: sei em cantonês e em mandarim! Porque em Macau fala-se cantonês, então estou aprendendo um pouco para me virar aqui.
Mandarim estou aprendendo nas aulas - todas as segundas e quintas, das 18h30 às 20h - e com a minha companheira de quarto, a Poka, uma chinesa de Xangai.
Neste momento ela está dormindo, normalmente ela dorme antes que eu. E eu estou só com o abajour aceso (nosso quarto tem também frigobar, armários grandes, escrivaninhas, ar condicionado e muitas janelas, com uma vista fabulosa para o Pacífico, para pontes e para os cassinos coloridos de Macau).
Eu adorei a idéia de dividir quarto com uma chinesa, é um jeito de conhecer realmente os costumes deste povo tão interessante.
A Poka (esse é o nome inglês, o chinês é Cui) também está aqui em Macau em intercâmbio e, assim como eu, vai estudar um semestre na Universidade de Macau. Há muitos chineses estudando aqui, mas a maioria deles está fazendo toda a faculdade, então ficam por 4 anos. Apenas cinco meninas chinesas estão no mesmo esquema que eu. São: Poka, Bonnie, Nerwing, Jiemin e Eva. Todas de Xangai, da Universidade Fudan, uma das melhores da China.
Ao todo, somos em 74 alunos estrangeiros, de 15 países. Do Brasil, só eu e o Antônio. Há dois colombianos, três portuguesas, vários franceses, belgas, alemães, suecos, holandeses, alguns dinamarqueses, um italiano, um grego, dois espanhóis, algumas japonesas, seis filipinos e as chinesas.
Nos conhecemos na semana de 20 a 27 de agosto, durante o período de "Orientação". Fomos a pontos turísticos em Macau, restaurantes chineses, tivemos aulas de cultura e língua, tudo organizado pela universidade. Tínhamos dois ônibus e três monitoras macaenses, que nos ajudaram bastante a começar a descobrir Macau: Grace, Sammy e Goretti.
Amanhã continuo a escrever, falar um pouco sobre comida (cachorro? sapo? cobra?) e tento colocar fotos aqui. Por enquanto, algumas estão no endereço: http://www.ringo.com/profile/olialo.html
Bom dia, Brasil, que estou indo dormir!
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Ah, mas Macau fala português!
Por quê Macau?
Por quê não?
A menos de um mês para eu viajar a Macau, ilhota no sul da China, bem perto da próspera Província de Guangdong e, melhor que isso, a 50 minutos - de ferry boat - de Hong Kong, ainda não sei falar chinês.
-Mas tudo bem, Macau é ex-colônia portuguesa, quase nem é China! , disseram alguns amigos.
Sim, na mesma época em que os portugueses chegaram ao Brasil, o luso Jorge Álvares, mais precisamente em 1513, chegou a Macau. Em 1999, a ilha, então com uns 440 mil habitantes, tornou-se uma Região Administrativa e Especial da República da China.
Durante seus oito anos independentes (1999-2007), Macau parece ter esquecido o português e, deslumbrada com as receitas dos cassinos, cresceu, gostou de crescer, aprendeu um pouquinho de inglês, superou Las Vegas como a capital mundial do jogo e logo deve passar Ribeirão Preto em termos de população (eu tinha que dar um jeito de citar minha cidade natal no meu primeiro post, não é?). Hoje, Macau tem 500 mil habitantes.
Com português e inglês, talvez eu consiga me virar bem por lá. Mas vou tentar aprender mandarim, ah se vou.
Cassinos
No ano passado, os cassinos de Macau tiveram uma receita bruta de aproximadamente R$ 16,1 bilhões (55,8 bilhões de patacas, moeda macaense).
Com esse valor, a região chinesa, com 25 cassinos ativos em 2006, ultrapassou Las Vegas e assumiu o posto de capital mundial do jogo. Os cassinos da cidade norte-americana somaram uma receita bruta de cerca de R$ 15,6 bilhões de janeiro a dezembro do ano passado.
As informações são da Agência Lusa, que cita fontes oficiais chinesas e norte-americanas, veja: http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=5490 e http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=6287.
Economia
Vou a Macau para estudar economia na Universidade de Macau, que fica na ilha da Taipa. Macau é composta por três ilhas: Macau, Taipa e Coloane. A faculdade é em Taipa, mesma ilha do maior cassino do mundo, o Venetian.
Vou morar na residência universitária, um prédio com 21 andares, 4 elevadores e ainda não sei quantos quartos.
Na faculdade, quero aprender mais sobre economia chinesa, mercado financeiro asiático e economia dos cassinos, mandarim, cultura chinesa e, porque não, jornalismo "a la China".