segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

domingo, 23 de dezembro de 2007

Natal em Família

Eu, meu irmão e meus pais estivemos em Shanghai na semana passada. Lembra São Paulo, mas tem uns prédios maiores, tem a torre "Oriental Pearl", que é a terceira mais alta do mundo. No geral, a cidade é legal, mas muito estressante para quem está acostumado com Macau :)

Dia 14 eu fui para lá, cheguei de noite. Dia 15 de manhã eles chegaram e nós nos encontramos no aeroporto.

Ficamos 3 noites em Shanghai, depois fomos para Hangzhou, que é uma cidade maravilhosa de linda a duas horas de Shanghai.

De lá voamos para Guangzhou (Cantão), mas só passamos e fomos direto para Macau, onde ficamos até dia 20.

Aí viemos para Hong Kong, onde estamos agora. Amanhã, dia 24, Natal, meu irmão vai ter que ir embora, e no dia seguinte volto para Macau com meus pais.


Yu Garden, em Shangai

Natal em Família

O trecho abaixo é do Amyr Klink. Quem me mandou por e-mail há poucos dias foi o Bubu, meu amigo e ex-parceiro de viagem pela Espanha.

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece pra quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos e simplesmente ir ver"

West Lake, em Hangzhou.


terça-feira, 20 de novembro de 2007

Grand Prix

Depois de uma semana de muito trabalho, muitos estudos e poucas horas de sono, aqui estou de novo.

Mas a semana ainda não acabou, então este será um post relâmpago, só para contar que trabalhei no Grand Prix de Macau, no último final de semana, que fui a uma ópera chinesa, e que tem um novo artigo meu na página Macauhub Brasil (sobre outro assunto).











Acordo de isenção de tarifas entre Macau e China atrai estrangeiros [ 2007-11-19 ]

Macau, China, 19 nov – O Acordo de Estreitamento das Relações Econômicas e Comerciais entre o Continente Chinês e Macau, CEPA, implementado em 2004 e recebido por Macau como um presente da China, ainda não tem grandes resultados vísiveis, mas deverá, em um futuro próximo, incrementar o comércio entre as duas partes e ajudar Macau a receber mais investimentos estrangeiros. Leia mais: http://www.macauhub.com.mo/brasil/news.php?ID=20

domingo, 4 de novembro de 2007

Esportes, Beyonce e Black Jack

Macau não pára. E como eu vivo aqui, também não paro. Foi assim na última semana, depois de uma semana que já tinha sido de agito total.

De trás para frente, ontem à noite fui à Cerimônia de Encerramento dos 2 Jogos Asiáticos Indoor, que durante 9 dias reuniram aqui em Macau cerca de 4 mil atletas, de 45 países e regiões.

Não sei o número exato de pessoas na cerimônia, mas eu estava na mesa E23, com outras 9 pessoas. Eram cerca de 30 mesas por letra do alfabeto, de A a G. Então calculo umas 2,1 mil pessoas.

O salão, um dos tantos salões do The Venetian, estava lindo. A comida, deliciosa. As apresentações, com destaque para a dança do Vietnã e um grupo do Cazaquistão, também foram surpreendentes.

Tinha também muita gente importante, de países como Arábia Saudita, Vietnã, Irã, Iraque, Malásia, Tailândia, da China, Cingapura, mas ainda não consegui identificar todos os "VIPs" presentes, nem sequer todos de quem tirei fotos!

Depois dos fogos de artifício, que anunciaram oficialmente o fim dos jogos, fui para o show da Beyonce, que também foi no Venetian. Eu nem sou fã, nem nada, mas como conseguimos o convite de graça, vale dar uma olhada, né?! Ao show, fomos eu, Poka, Daniela, Ana, Rita, Damian, Arnaud, Monch, Jaremiah, Tori and Kristian.

Durante o dia, no sábado, tive duas reuniões de grupo da faculdade e um trabalho para fazer. Então acabei não indo assistir aos jogos.

Dias longos em Macau...

Mas, na sexta-feira eu vi vários, um mais diferente do que o outro.

Logo cedo vi uma partida de Kabaddi, Japão X Sri Lanka. Eu nunca tinha ouvido falar de Kabaddi antes, e quem me explicou como é o jogo foi Sirinama Rajapakse, um cingalês (quem nasce no Sri Lanka) que estava do meu lado. Eu gravei a explicação, vou ver se dá pra colocar no blog.

Mas vou tentar explicar: Cada time tem 7 jogadores, que ficam alinhados no fundo da quadra (10m x 12,5 m). Um jogador de um dos times vai até o campo adversário e tenta tocar um dos jogadores. Ele tem que encostar (pode ser com o pé) em um jogador e depois correr de volta para seu campo. Se ele conseguir, ganha um ponto. Se ele tocar, mas algum dos jogadores adversários tocar nele de volta, é o time adversário que ganha o ponto. Basicamente é isso.

Depois do kabaddi, fui assistir Hoop Sepaktrakraw. Hoop Se-pak-ta-kraw, uf....

É um esporte muito popular na Tailândia, e parece uma mistura de basquete com futvôlei. Mas este é uma equipe só de cada vez, e o que eu assisti era Myanmar. Também gravei a explicação, mas desta vez do técnico da seleção de Myanmar.

Caso não consiga colocar aqui no blog, é assim: 6 jogadores, em circulo, tocam a bola um para o outro, não podem usar as mãos. O objetivo é acertar a bola em uma cesta que fica no alto. Podem usar cabeça, pés, joelhos e ombros.

De lá, eu e o Arnaud, que estava comigo, fomos assisir Lion Dance. Primeiro Lion Dance do norte, depois Lion Dance do sul, que são duas modalidades diferentes.

Nos dois casos, dois atletas entram dentro da roupa de leão e têm que fazer o leão dançar ao som da música que o resto do time toca ao lado. No primeiro, o leão tem que subir em estacas altas, pular de uma para a outra. No segundo, são dois leões e um homem, que fazem coreografias e sobem em três mesas (duas na base e uma em cima). É um esporte bonito, mas depois de 2 horas assisitindo, a música (alta, com tambores e pratos) começa a incomodar.

As apresentações que vi foram de Malásia, Cingapura, Indonésia, Hong Kong, Macau e China. Na Lion Dance do norte, Malásia ficou em segundo lugar no geral, Macau em primeiro. Não vi o resultado da do sul, mas fiquei torcendo para a China, que fez uma apresentação muito linda.

Encontramos a Daniela e a Nicole e fomos assistir Kurash, uma espécie de Judô. Vimos lutas de Uzbequistão, Irã, Taiwan, Japão e mais alguns outros.

Depois encontramos mais um monte de nossos amigos no Fisherman's Warf, que é um pedacinho muito lindo de Macau, com restaurantes, algumas lojas e, claro, cassino.

Dentro do Fisherman's Warf, fomos para a Cultural Village, uma vila que a organização dos Jogos Indoor fez para os participantes visitarem e conhecerem um pouco da cultura de Macau, da China e de Portugal.

Lá, um famoso professor de caligrafia de Macau, cujo nome eu ouvi três vezes mas não consigo reproduzir, escreveu meu nome em chinês e o nome do Rodrigo. Vou fazer um quadro quando chegar no Brasil.

E também lá um adivinho leu a minha sorte. Mas essa história eu não vou contar, pelo menos não já. :)

Ilha do Jogo - Parte 2

Depois dos jogos fomos para o Cassino Sands, que é ali do lado. Eu e a Poka ficamos "estudando" as mesas de jogo. Já aprendemos como jogar todos os jogos.

E quanto mais se aprende sobre eles, menos se quer jogar. O único jogo que dá ao "gambler" (apostador) chances de fazer cálculos de probabilidade é o Black Jack. Mas é preciso muita velocidade da matemática para conseguir alguma vantagem.

O Cassino Sands é do mesmo grupo do The Venetian, ligados ao Las Vegas Sands. É um dos cassinos com ambiente mais agradável em Macau, assim como o Wynn e o Crown. Quando digo agradável, quero dizer mais limpo, sem tanto cheiro de cigarro, sem nenhum cheiro de mofo (o que é muito comum nos cassinos mais antigos daqui) e com uma música ambiente boa de ouvir.

Agradáveis ou não, todos os dias, o dia todo, os cassinos de Macau estão lotados. Cheios de gente (95% chineses) ganhando e perdendo - mais perdendo do que ganhando, claro - R$ 5 mil, R$ 10 mil, R$ 100 mil a cada segundo.

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Tentei, tentei, tentei, mas não consegui colocar aqui as fotos de tudo o que eu contei acima. Mas coloquei no endereço http://www.ringo.com/profile/olialo.html . Estão nas "fotos recentes", "recent photos".

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Muita gente para pouco espaço?







Com 1,3 bilhão de pessoas, a China concentra 20,2% da população mundial, em uma área de 9,6 milhões de Km² (terceiro maior país do mundo).

Esses números soam bem, não é? E realmente seriam ótimos se não fosse um problema: 65% da China são montanhas, serras e planaltos altos, só 15% da área do país é arável. Assim, 94% dos chineses moram na porção mais plana, a leste e sudeste.

Este post é para quem gosta de números e de geografia. Quem não gosta, pode ver as fotos novas que eu coloquei no endereço: http://www.ringo.com/profile/olialo.html .

Como geografia é economia, um pouquinho de geografia da China...

Províncias e Regiões da China

Cinco regiões autônomas de minorias étnicas, 22 províncias e quatro municípios sob supervisão do governo: assim é dividida politicamente a China. Além, claro, de Macau e Hong Kong, que são Regiões Administrativas Especiais da China (Sars, na sigla em inglês), e de Taiwan, que não é administrada pelo governo central chinês, mas é considerada parte da China.

Para ficar mais fácil de caracterizar o país, os chineses dividem em quatro macro-regiões, que são maiores que as províncias, definidas por semelhanças geográficas e disponibilidade de recursos.

A primeira região é North China Plain (Planície do Norte da China), a maior e mais plana das macro-regiões, onde fica Pequim e a cidade de Tianjin, que junto com a capital chinesa forma uma metrópole de cerca de 20 milhões de pessoas.

Essa região tem mais de um quarto da área da China, mais de um quarto da população, é responsável por 31% da atividade industrial e 31% das plantações.

A segunda macro-região é Lower Yangtze (Baixo Yangtze, que é o rio mais longo da China e o terceiro mais longo do mundo, atrás do Amazonas e do Nilo), a mais desenvolvida, com 10% da população produzindo 21% do PIB, em uma área de apenas 7% do país.

A terceira macr0-região é a Manchuria, no nordeste. É rica em recursos naturais, concentra as reservas chinesas de minério de ferro, petróleo e carvão, é o centro da indústria pesada do país e, com 9% da população, é responsável por 10% do PIB.

A última macro-região é a Southeast Coast and Far South (Costa Sudeste e Sul), que é considerada uma região "voltada para fora" (outward oriented), o que quer dizer que tem um comércio internacional mais forte. Isso porque a geografia da costa sul da China proporciona melhor acesso. No restante do país é mais difícil encontrar regiões costeiras de fácil acesso, por causa das montanhas e das rochas, então dizem que a economia é "voltada para dentro"(inward oriented), então resta "olhar para próprias necessidades, para o próprio povo".

A macro-região sul também é a terra natal da maior parte dos chineses que foram para o exterior e que hoje formam as tantas "chinatowns" que existem pelo mundo. Por isso, é também uma região com elevado investimento direto estrangeiro (IDE, ou FDI, em inglês), já que os chineses costumam mandar grande parte do dinheiro que ganham em outros países para suas famílias e para investimentos em suas cidades de origem.

Desde a Reforma da China, em 1978, que começou a abrir a economia chinesa, essa macro-região viu fortalecer suas conexões economicas com Hong Kong, Taiwan e o sudeste asiático. Além disso, o governo chinês estabeleceu, entre 1979 e 1980, quatro Zonas Econômicas Especiais para atrair investimentos para a região : Shenzhen (mais perto de Hong Kong), Zhuhai (colada em Macau) e Shantou, na província de Guangdong, e Xiamen, na província de Fujian.


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Macau e o sul da China são bons pontos de partida para empresários brasileiros, dizem especialistas

Macauhub

Macau, China,26 Out – Macau e o sul da China, em especial a região conhecida por Delta do Rio das Pérolas, têm boas oportunidades de negócios para empresários brasileiros, e eles deveriam começar buscá-las, disse à Macauhub o cônsul-geral do Brasil em Hong Kong, Ricardo Drummond de Mello.


“Existem muitos nichos para empresas do Brasil, então elas tinham que vir pra cá e ficar”, afirmou o diplomata durante a 12ª Feira Internacional de Comércio Exterior de Macau, a MIF, que aconteceu de 18 a 21 de outubro, em Macau.


“O setor de café, por exemplo, tem sido aproveitado melhor por Portugal. Falta um pouco de agressividade por parte dos brasileiros. Também no setor alimentício, há mais oportunidades em carnes de porco, por exemplo”, disse Ricardo Drummond de Mello, que também recomenda a vinda de redes que “têm um toque brasileiro, uma ligação com a cultura, com a Amazônia”.


O cônsul-geral do Brasil em Hong Kong disse que também vê boas oportunidades para os brasileiros nos setores de construção civil, siderúrgia, cosmética, serviços, entre outros.


Echo Chan, a número dois do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (Ipim), também presente na MIF, disse à Macauhub que acredita que Macau pode ser vista como uma ótima opção para empresários interessados em começar a negociar com a China.

(Leia a matéria completa em http://www.macauhub.com.mo/brasil/news.php?ID=17)


Vejam o vídeo!

A última semana foi a mais corrida desde que cheguei a Macau. Não falo isso só para justificar minha falta de posts, mas realmente essa cidade está ficando uma loucura. Um pouco por causa do The Venetian, que desde que foi inaugurado, em agosto, tem chacoalhado tudo por aqui. Outro pouco por causa da época: é tempo de festas em Macau!

Duas feiras aconteceram nos espaços de convenções do cassino The Venetian: a 2a. Feira Internacional de Comércio e Investimentos de Macau - MIF e a MegaMacao.

Também no Venetian, teve jogo de basquete da NBA. Um jogo de exibição, assim como será o Federer x Sampras em 24 de novembro. O cassino organiza eventos deste tipo para atrair pessoas e fazer propaganda. E olha que dá certo...

Na Taipa, perto da Igreja Nossa Senhora do Carmo, onde vou à missa, teve o Festival da Lusofonia. Começou na sexta-feira e terminou no domingo. Tinha caipirinha, feijoada, pimbolim, capoeira, fado, bolinho de bacalhau, Lura (cantora cabo-verdiana incrível), hip hop macaense, bolos angolanos, prendas moçambicanas, quitutes de São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau, do Timor Leste, e a simpatia de todo o povo que fala português por aqui.

Na faculdade: trabalhos, provas e mais provas. Aula de chinês: quatro vezes por semana!! Agora vai...

Mas para compensar minha falta de posts, sugiro esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=VLcEvT9X0_Q&sdig=1 . Ele conta um pouco do agito da semana que passou. Vale muito a pena ver para ter uma idéia de como foi minha última semana.

E não acabou. Aliás, estou começando a achar que Macau não vai parar mais.... Amanhã começam os Jogos Asiáticos Indoor, com 15 modalidades :

Ginástica Aeróbica, Sinuca, Boliche, Xadrez, Dragon & Lion Dance, Esportes Eletrônicos (preciso ver que raio é isso), Esportes Extremos (também ainda não sei exatamente o que são), Futsal, Hoop Sepak Takraw, Atletismo, Ciclismo, Hóquei, Muay, Natação e Finswimming.

Às 6h da tarde desta sexta-feira (8h da manhã no Brasil), estarei, com minha máquina fotográfica, na cerimônia de abertura.

No sábado de manhã vou para Cantão (Guangzhou), para a maior feira de exportação e importação do mundo. (Pelo menos é o que dizem por aqui, vou conferir!)

No domingo volto para Macau. E na semana que vem: mais provas!

Por isso tudo, talvez eu não poste por uns dias... Mas vou tentar recuperar depois, ok?

Enquanto isso, leiam meu artigo no site da Macauhub: www.macauhub.com.mo/brasil .

Bom dia, Brasil! Que eu preciso dormir! :)

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

"Red China, Green Line" (Xinhua)

China vermelha, linha verde!

Essa manchete é da agência oficial chinesa Xinhua, que na sua cobertura do 17o. Congresso Nacional do Partido Comunista, que começou na segunda-feira, em Pequim, tem dado bastante destaque para os discursos políticos que chamam a atenção para o meio ambiente.

Muito bom que seja assim, seria muito feio para a China, que é o segundo país mais poluente do mundo, atrás só dos EUA, não demonstrar intenção de tomar medidas ambientais durante este evento que é o mais importante do país e que está sendo acompanhando pela mídia de todo o mundo.

"Nós vamos promover uma 'cultura da conservação', basicamente através do uso eficiente da energia e da formação de uma estrutura industrial amiga do meio ambiente, padrão de crescimento e modo de consumo", disse o presidente chinês Hu Jintao na segunda-feira, segundo a Xinhua.

O "verde"está entrando na moda na China. Estrelas de cinema estão aparecendo em canas de TV para promover sacolas e bolsas feitas de algodão ao invés de plástico e os jornais todos estampam as novas medidas que o chamado State Environmental Protection Administration (SEPA) tem tomado contra os poluidores, diz ainda a agência.

A íntegra da matéria está em: http://news.xinhuanet.com/english/2007-10/17/content_6892782.htm

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Ilha do Jogo - parte 1

A partir de agora, todos os posts relacionados com os cassinos de Macau serão parte de uma série que vou chamar de "Ilha do Jogo".

Conforme eu prometi, aqui está o desenho da distribuição dos cassinos:
Oficialmente, considera-se que há 26 cassinos em Macau. Mas os dados mais recentes já incluem outros três:

Um da parceria entre a filha do magnata Stanley Ho, Pansy Ho, e o grupo norte-americano MGM, um outro do grupo Galaxy, e o Venetian, que foi inaugurado em agosto e ainda não entrou nas contas oficiais.

Só para completar, Laurence Ho, parceiro do grupo australiano Melco PBL, também é filho do Stanley Ho, que, por sua vez, é o "big boss" da SJM, Sociedade dos Cassinos de Macau, o grupo com maior operação aqui na "ilha do jogo".

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Reunião do Partido Comunista Chinês

Começa nesta segunda-feira, em Pequim, o 17o. Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês. No domingo, o porta-voz do partido, Li Dongsheng, deu indicações acerca do encontro.

Li disse, por exemplo, que o partido dará continuidade às reformas políticas, mas nunca seguirá o modelo de democracia do Ocidente, segundo informaçõe da agência oficial chinesa Xinhua.

O congresso reúne cerca de 2,2 mil delegados que, entre outros trabalhos, elegerão o comitê central do partido.

Mais notícias em:

1) China Daily
http://www.chinadaily.com.cn/china/2007-10/15/content_6173477.htm

Political reform 'will be pursued'
By Wu Jiao (China Daily/Xinhua)

The nation will continue to push for the reform of its political system but will not copy Western models, a Party spokesman said Sunday.

Li Dongsheng, spokesman for the 17th National Congress of the Communist Party of China (CPC) - which begins today in Beijing - said the meeting will set out a blueprint for reforming political institutions.

"We will continue to forge ahead with political reform in line with the guidelines to be spelt out," he told a press conference on the eve of the five-yearly congress.

2) Xinhua
http://news.xinhuanet.com/english/2007-10/14/content_6880208.htm

Spokesman: China's Communist Party to have new central leadership

BEIJING, Oct. 14 (Xinhua) -- The upcoming 17th National Congress of the Communist Party of China (CPC) will elect a new Central Committee and a new Central Commission for Discipline Inspection, congress spokesman Li Dongsheng said here Sunday at a press briefing.

3) BBC Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/10/071014_china_democracia_pu.shtml

China rejeita democracia ao estilo ocidental
Por Michael Bristow, de Pequim

Uma autoridade do governo chinês disse neste domingo que a China perseguirá reformas políticas, mas nunca terá uma democracia ao estilo do Ocidente.

A declaração foi dada por um porta-voz do Partido Comunista Chinês (PCC), Li Dongsheng, às vésperas da abertura do seu Congresso, que acontece a cada cinco anos.

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Notícias oficiais, em tempo real:
http://english.cpcnews.cn/


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domingo, 14 de outubro de 2007

Um final de semana em Macau


Todos os finais de semana em Macau são iguais, não por isso chatos, muito pelo contrário, são cheios de surpresas.

Para mim, o final de semana é prolongado, começa na sexta-feira! Minha última aula da semana é na quinta de noite (Mandarim) e os artigos "Da China para o Brasil", na Macauhub, são publicados na sexta-feira de manhã, então também não trabalho na sexta de tarde.

Normalmente acordo tarde, por volta de 9h30, 10h. Mas nesta sexta, levantei às 10h30 e meu final de semana começou com um Café Pelé delicioso - o Antonio troxe do Brasil para a gente servir na Semana Internacional da Universidade de Macau (de 8 a 12 deste mês), mas sobrou um pouco e ele me deu.

Peguei meu computador, a bandeira do Brasil, uns textos da faculdade e fui para a área da Semana Internacional montar o stand brasileiro. Eu e o Antonio tínhamos que falar sobre o nosso país e sobre a FEA para os estudantes interessados em fazer intercâmbio. Na verdade, não foram muitos os que pediram informações, me parece que os jovens daqui preferem ir para a Europa ou ir para outras cidades chinesas. E a FEA tem um agravante: apenas dois cursos em inglês. Aqui na Faculdade de Negócios, Administração e Economia da Universidade de Macau quase todos os cursos são em inglês.

Depois da missão cumprida, fui a Macau colocar alguns postais no correio e passei no restaurante da Maria - brasileira que vive aqui há 17 anos e que fez uma feijoada de verdade para eu e o Antonio servirmos na universidade - para devolver uma tupperware. De lá, voltei pra Taipa para jogar squash. Minhas aulas são às terças e sextas das 18h as 20h, mas cheguei um pouco antes e joguei algumas partidas contra o Damian (belga), Alex (francês) e Antoine (belga).

Depois da aula (em cantonês), tomei um banho e fui jantar com os filipinos, as portuguesas e o Antonio. A gente já experimentou quase todos os restaurantes chineses da Taipa e, nesta sexta, repetimos o Village, que não é tão sujo, tem o preço razoável e a comida é gostosinha.

De lá pegamos um táxi para o Venetian. Depois de entrar em várias lojas, ver um ator cantar "O Sole Mio" em uma das gôndolas, fomos para a área do jogo. Sentamos na mesma mesa de roleta eletrônica de sempre, colocamos nossos 100, ou 150 Hong Kong Dólares (cerca de R$ 25 a R$40) e começamos a pedir as bebidas. É sempre assim. Desta vez ganhei menos, mas ganhei.
A noite ficou mais empolgante depois que o Kristian (filipino, namorado da Tori) encontrou seu amigo Rick, um australiano endinheirado passando férias no Venetian. Começamos a acompanhar as jogadas do nosso "novo amigo".

Muito diferente da gente (que não se atreve a jogar mais que 100 HKD), ele jogou logo 500 HKD na roleta eletrônica. Perdeu tudo, depois ganhou 600, depois perdeu de novo, perdi as contas, mas em 10 segundos ele ganhou por volta de 300. Mas isso não foi nada, porque na roleta de verdade, ele chegou e jogou 20 mil na mesa.

Não fiquei até o final para ver se ele saiu perdendo ou ganhando, mas é por essa e tantas outras como essa que eu gosto do Venetian.

Gosto de observar o comportamento dos jogadores, a maioria chineses, e fico tentando entender porque eles ficam horas e horas ali perdendo dinheiro. E não são poucos, são muitos jogadores, não dá para saber quem é rico, quem não é tão rico assim, ou quem é pobre. Mas dá pra ver que os mais jovens, com jeito de estudante, são os únicos que estão ali só por farra, e que conseguem se divertir de uma forma saudável. Talvez também alguns dos idosos, mas tenho uma sensação bem negativa em relação às motivações dos jogadores entre os 30 e 55 anos.

O jogo mais popular nos cassinos daqui é o Baccarat, que foi lançados no final dos anos 1930, quando as famílias Fu e Ko tinham licenças exclusivas para operar o jogo em Macau.

--- INDÚSTRIA DO JOGO EM MACAU ----

Vale agora uma pequeno parágrafo sobre a história dos cassinos macaenses:

A indústria do jogo em Macau começou por volta de 1840, depois da Guerra do Ópio. Em 1860, já haviam mais de 2000 casas de jogo por aqui. Em 1937 as famílias Fu e Ko receberam licenças exclusivas e em 1962 a Sociedade de Turismo Diversoes de Macau (STDM) ganhou uma franquia das famílias Fu e Ko para poder operar. Grupos estrangeiros começaram a negociar para conseguirem entrar no setor e em 2001 o governo de Macau decidiu permitir 3 licenças.

Hoje a STDM, do Magnata Stanley Ho, chama-se Sociedade de Jogos de Macau S.A. (SJM) e é o maior grupo da cidade, e detém, entre outros, o Grand Emperor Hotel, que guarda a curiosidade de ter parte de suas ações minoritárias nas mãos do ator chinês Jackie Chan.

Os principais concorrentes da SJM são o grupo Sands - que é do norte-americano Las Vegas Sands, e que controla os cassinos Sands e o gigante Venetian -, o Galaxy, o Wynn e MGM. Dois destes são participados pelos filhos de Stanley Ho. Estou fazendo um gráfico para mostrar direitinho como estão distribuídos os cassinos e assim que estiver pronto eu posto aqui no blog.

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Voltando ao final de semana, depois no Venetian voltei para casa por volta de 2h30 e no sábado de manhã fui para Macau com a Poka. Foi um dia delicioso: sem sol, sem chuva, um pouco de vento, mais um pouco de cultura chinesa, um pouco de compras e sorvete esquisito de vegetais e feijão.

O mais especial foi encontrar um senhor vendendo um doce colorido que eu não sei o nome, porque não consegui memorizar em chinês e a Poka não sabe se existe um nome inglês para ele. Ela disse que costumava comer quando era bem pequena e que não via alguém vender há uns dez anos. Paramos no carrinho, ela comprou um para mim, um para ela e, enquanto comíamos, um monte de gente começou a aparecer para comprar.

Eu quis esperar todo mundo ir embora para tentar conversar com o senhor. Queria aproveitar que tinha uma interpréte! Mas logo na primeira pergunta (Há quantos anos o senhor vende esse doce aqui em Macau?), uma frustração: ele só falava cantonês.

Então a única coisa que posso escrever sobre esse senhor é que ele é de Macau ou Hong Kong, pois em nenhum outro lugar do mundo se fala essa língua louca que é o cantonês. E também posso dizer que o senhor aparentava uns 80 anos, era tímido e tinha um carrinho bem legal: com várias fotos do próprio carrinho, algumas bem antigas, uma foto de um jornalista de alguma rede de televisão fazendo uma entrevista com ele, algumas notas de dinheiro antigas e os ingredientes para o doce.

O sabor é gostoso, é um melado doce, nada mais. Este senhor servia o melado em um palitinho, com dois biscoitos cracker, um por cima, um por baixo.

Depois do doce passeamos no Largo do Senado - um calçadão com diversas lojas e fast foods, incluindo McDonalds, Starbucks e Pizza Hut - e depois voltamos para casa.

Cheguei em casa, o East Asia Hall, e deitei para descansar meia hora. Dormi duas horas e meia.
De noite encontrei o Denis, um brasileiro que é professor de Direito na Universidade, e mais dois jornalistas brasileiros que chegaram ontem a Macau. Foomos jantar em Coloane com vários brasileiros e portugueses, a maior parte deles professores.
Hoje, domingo, acordei, lavei umas roupas, arrumei o quarto, estudei, almocei, estudei de novo e postei no blog. Mais tarde talvez encontre uma turminha para jantar.

Espero ter conseguido criar uma idéia de como é um final de semana aqui em Macau. Nem todos são iguais, mas não são muito diferentes deste. Entre as variáveis mais comuns estão uma ida a Zhuhai, um jogo de squash, uma missa na Vila de Taipa e um almoço ou jantar diferente.

Bom dia pra vocês no Brasil, que agora vou jantar!

Economia da China: reservas bancárias, inflação, excedente comercial

Ontem a Bloomberg publicou um artigo sobre o aumento da taxa de depósitos que o governo chinês exige que os bancos mantenham em reserva. O texto é um pouquinho longo, mas mostra alguns outros aspectos da economia chinesa hoje. Vale a pena ler! Em inglês, está no site da Bloomberg http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601087&sid=aBh82uFocfVM&refer=home
(Críticas e sugestões para a tradução do texto são muito bem-vindas!)

China exige maiores reservas aos bancos

Oct. 13 (Bloomberg) -- China elevou a proporção de depósitos que os bancos têm que manter em reserva pela oitava vez este ano, para arrefecer especulação em ações e no mercado imobiliário e refrear a inflação, que tem sido a mais veloz nos últimos dez anos.

A partir de 25 de outubro os bancos precisam de ter 13% dos depósitos em reservas, contra 12,5%, disse o Banco do Povo Chinês (People's Bank of China) em seu website. A porcentagem exigida é a mais elevada em quase uma década.

Sete aumentos nas reservas obrigatórias e cinco de elevações no juro este ano podem não ter sido suficientes para interromper a expansão maior que 11% da economia chinesa no terceiro trimestre, deve revelar um ralatório governamental na próxima semana.

Enormes exportações têm bombeado dinheiro nesta que é a economia de crescimento mais rápido do mundo, impulsionando a inflação e os mercados de ações e imobiliário.

“Eles estão claramente preocupados com a inflação, porque ela saiu do controle”, disse Dariusz Kowalczyk, chefe estrategista investimento em CFC Seymour Ltd. em Hong Kong. A inflação “cria bolhas em ativos pois, quando é alta, poupar dinheiro pode não fazer sentido para as pessoas, elas preferem investir em imóveis ou no mercado de ações”.

Os preços ao consumidor na China subiram 6,5% em agosto, em relação ao mesmo mês do ano anterior, o maior salto desde dezembro de 1996. A taxa violou a meta do governo, de 3%, pelo quarto mês consecutivo, com o aumento dos custos dos alimentos. A inflação foi motivo de protestos que levaram à repressão na Tiananmen Square, a Praça da Paz Celestial, em 1989.

O superávit comercial da China saltou 56% em setembro, segundo informações oficiais divulgadas na última semana, para US$ 185,65 bilhões para os primeiros nove meses do ano, mais do que os US$ 177,5 bilhões de todo o ano passado.

Oferta de moeda

A oferta de moeda e crédito está aumentando porque o governo quer manter o iuan depreciado, forçando o banco central chinês a verder moeda e bombar dinheiro para o sistema bancário. Parte deste dinheiro está encontrando seu caminho em ações, empurrando o Índice CSI 300 para uma valorização de 181% este ano. A oferta de moeda cresceu 18,5% em setembro.

Na próxima semana o governo chinês deve anunciar um crescimento de 11,5% da economia chinesa, a quarta maior do mundo, no terceiro trimestre, de acordo com a média das estimativas de 14 economistas consultados pela Bloomberg News.

De 20 mil famílias entrevistadas para o relatório trimestral do banco central chinês divulgado em 20 de setembro, um recorde de 61,3% disseram que esperam que a inflação vá acelerar no quarto trimestre.

As expectativas para a inflação

“A inflação é uma prioridade para os tomadores das decisões políticas porque na China não é apenas um problema econômico, mas também um risco político”, disse Chris Leung, economista sênior do DBS Bank Ltd, em Hong Kong. “O governo chinês quer uma "sociedade harmoniosa", mas como é que podem ter um com os preços subindo?”

A inflação está aumentando os riscos de agitação social. Enquanto isso, o Partido Comunista se prepara para o seu 17o Congresso Nacional, um encontro que acontece a cada cinco anos. A edição deste ano começa na próxima segunda-feira, 15 de outubro, e irá discutir e implementar mudanças nas lideranças políticas do país.

China tomou outras medidas para combater alta dos preços

Todos os preços regulados pelo governo foram congelados até ao final do ano e o Estado tem reforçado o abastecimento de grãos, vegetais e suínos. O banco central chinês também tem vendido notas para retirar dinheiro do sistema financeiro.

Poupanças

Preços de ações e de imóveis subiram com as famílias tirando dinheiro de depósitos bancários com baixos rendimentos. A poupança doméstica caiu 41,8 bilhões de iuan (US$ 5,56 bilhões, R$ 9,96 bilhões) em agosto, em relação ao mês anterior. Os preços de imóveis saltaram 20,8% em Shenzhen e 12,1%, em Pequim em agosto.

China tem resistido a apelos dos Estados Unidos e da Europa para deixar que sua moeda se fortaleça a um ritmo mais rápido, o que poderia baratear as importações e aliviar a pressão sobre os preços domésticos, além de contribuir para conter o aumento do excedente comercial.

O iuan ganhou 10%, para 7,51 frente ao dólar, desde o fim da taxa de câmbio fixa, em 2005.

“A não ser que a China permita o aumento da taxa de câmbio, estou preocupado com a estabilidade do sistema econômico, disse o ex-chairman do Federal Reserve, Alan Greenspan, em um discurso em 2 de outubro, em Londres. “A taxa de câmbio irá criar mais problemas econômicos do que eles imaginam”.

O governo será forçado a realizar novos aumentos nas taxas de depósito logo, de acordo com Dariusz Kowalczyk, chefe de investimentos no CFC Seymour Limited Hong Kong “O impacto será insignificante”, disse. “Quando você olha para o quanto é retirado do mercado monetário, em termos de iuan, não é suficiente para neutralizar o impacto da manutenção da taxa de câmbio”.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

"Os amantes mais tímidos do mundo"

Os chineses têm mais relações sexuais do que a média mundial, mas são muito tímidos para falar sobre o assunto com seus parceiros, diz uma matéria publicada nesta quarta-feira (10/10) no jornal China Daily, citando uma pesquisa feita pela marca de camisinhas Durex.

A média anual chinesa é de 122 vezes, enquanto a média mundial é de 103 relações sexuais por pessoa, por ano. Os brasileiros aparecem em segundo lugar no ranking mundial, com 145 vezes, atrás apenas dos gregos, com 164 vezes, de acordo com a pesquisa.

Na China, 44% dos entrevistados não falam como se sentem aos parceiros e não conversam sobre o que gostam na cama, o que coloca os chineses entre os "amantes mais tímidos do mundo".

Quatro em cinco casais chineses dizem terem relações sexuais toda semana, e 36% afirmam ter relações três vezes por semana ou mais. O mais interessante é que 70% disseram que não estão satisfeitos e que fariam mais!

A Durex disse ao China Daily ter entrevistado mais de 26 mil pessoas, de 26 países, entre julho e agosto do ano passado.


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Pano prá muita manga!

A timidez chinesa para o sexo tem bastante a ver com o tema do projeto do meu grupo para a aula de TV Documentary, que é o alto índice de abortos na China.

A idéia deste tema surgiu depois de uma conversa que tive com a Poka, minha companheira de quarto, sobre jovens e sexo. Enquanto eu tentava explicar como funcionam os relacionamentos no Brasil, ela me contava sobre a China.

Em certa altura ela comentou que sabe de muitas meninas entre os 19 e 25 anos que já fizeram um, dois, três, quatro ou cinco abortos.

Em nossas conversas, percebi que uma das diferenças mais marcantes entre brasileiros e chineses é o nível de informação sobre sexo e tudo o que ele envolve. Enquanto muitos de nós tivemos aulas de educação sexual nas escolas, assistimos a filmes e documentários e estamos acostumados com campanhas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e do uso de camisinha, eles simplesmente não falam sobre nada disso.

Nada nas escolas, nada em casa, nada de campanhas. Muitos não sabem como usar uma camisinha, não gostam de usar ou sentem vergonha de comprar. Grande parte das meninas não sabe como funciona o ciclo menstrual, não tem conhecimento sobre pílulas anticoncepcionais, nunca falaram sobre sexo com os pais e nem mesmo falam sobre o tema com as amigas.

Acontece que acabam iniciando suas vidas sexuais mesmo assim - sem informações. Então engravidam! E abortam.

A isso soma-se a questão da política chinesa de apenas um filho por casal, que acaba por deixar clara uma incoerência: como ter apenas um filho sem informação sobre como controlar a gravidez? A "one child police", introduzida em 1979, por Deng Xiaoping, sem dúvidas acabou popularizando o aborto, que é uma prática legal na China.

E essa prosa ainda leva a outra: os casos de infanticídio e o chamado "aborto selecionado", pois a cultura chinesa dá preferência ao filho homem. E como só se pode ter um......

Os dados mais recentes divulgados pelo governo chinês são de que há cerca de 110 - 111 meninos para cada 100 meninas na China, enquanto a média mundial é de 105-107 meninos para cada 100 meninas, segundo minha professora de Economia de Macau aqui na Universidade.

Agora, eu e meu grupo de "TV Documentary" (Antonio, a cabo-verdiana Marcia, o timorense Francisco e a chinesa Jiemmy) estamos atrás de uma personagem para nosso projeto. Até dezembro temos que produzir um documentário de 15 a 20 minutos. Espero colocar aqui na internet depois de pronto.


Bom dia, Brasil, que estou indo dormir!

terça-feira, 9 de outubro de 2007

China ao vivo!

Mídia internacional chega mais perto da China

A manchete do jornal China Daily desta terça-feira é sobre a cobertura que a mídia internacional fará do 17o. Congresso Nacional do Partido Comunista da China, que acontece em 15 de outubro.

Não só o China Daily, mas também a agência estatal Xinhua deu destaque para a abertura para a cobertura de veículos internacionais (http://news.xinhuanet.com/english/2007-10/08/content_6846205.htm).

O Congresso Nacional do Partido Comunista da China é o mais importante evento político e econômico do país, e acontece a cada quatro anos.

Jornalistas de todo o mundo poderão participar de coletivas de imprensa e informações atualizadas a todo momento estarão no site oficial www.cpcnews.cn, em inglês e chinês.

Até agora, 1.033 jornalistas estrangeiros, de 258 veículos, de 42 países ou regiões já se inscreveram para cobrirem o encontro, disse ao China Daily Zhu Shoucheng, responsável pelo centro de mídia criado para a ocasião. No último congresso, em 2002, 859 jornalistas puderam fazer a cobertura, com um suporte muito inferior ao preparado para este ano.

Entre as facilidades, estão a sala de mídia, com bebidas e comidas para os jornalistas, o acesso à internet e transmissão de rádio e televisão, diz o jornal.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Samba na China!

Com mais um mês de atraso........estou de volta!!

Foi um mês tão corrido, mas tããão corrido, que acabei ficando sem postar!

Estive em Pequim por oito dias, o que acabou atrasando meus estudos e meu trabalho. Nos dias que passei em Macau no último mês estive super sobrecarregada....

Mas agora tudo está se encaixando de novo......

Hoje cedo começou a "Semana Internacional" na Universidade de Macau. Todos os alunos estrangeiros têm que representar seus países durante dois dias. Eu e o Antonio acordamos as 7h da manhã para assar pães de queijo e também levamos café Pelé, Sonho de Valsa, bala de café e Bis.

Também tivemos que fazer uma performance, mas nem queiram saber dessa parte.... quase morri de vergonha! Cantei (sim, EU cantei! com essa voz que vocês bem conhecem) "Garota de Ipanema" e "Mas que nada". O Antonio tocou violão.

Depois das músicas eu sambei.... Vou tentar arrumar uma foto deste momento para vocês verem!


PEQUIMPEQUIMPEQUIMPEQUIMPEQUIM


Cheguei de Pequim na terça-feira passada, dia 3 de outubro. De lá pra cá, só correria... Trabalho (www.macauhub.com.mo/brasil), aulas, um pouco de cassino - ganhei 15 Hong Kong Dollar na sexta-feira, um pouco de turismo e um pouco de festa!

No sábado teve aniversário da Charlotte, uma das francesas. Ela fez uma Festa do Chapéu, todo mundo tinha que usar algum chapéu. Eu usei um que comprei em Pequim e a Poka me disse que são bem típicos da China, usados principalmente por vendedoras ambulantes.

Pequim é uma cidade curiosa.

A primeira impressão não é boa: grandes avenidas, sujeira, poluição, prédios grandes, quadrados, sem graça. Mas depois melhora, as pessoas são simpáticas - bem mais do que em Macau - e os bairros guardam tradições chinesas.

Logo que chegamos em Pequim (eu e 9 amigos), fomos para o albergue 1HaiInn, que fica dentro de um Hutong. Os Hutongs são blocos formados por ruelas e cheios de casas antigas, simples, todas cinzas, muitas delas com a bandeira da China pendurada de fora. De manhã cedinho alguns moradores locais passam em suas bicicletas vendendo comidas para o café da manhã.

O albergue fica no distrito de Dongcheng, bem no centro de Pequim, perto da Praça da Paz Celestial (Tiananmen Square) e da Cidade Proibida (Forbidden City).

Ficamos lá 4 noites, depois viajamos para Datong, uma cidade de 2 milhões de habitantes, a 6h de ônibus de Pequim. Cidade feia, mas vale a pena pelos pontos turísticos: As Grutas Yungang e o Mosteiro nas Rochas.

De volta a Pequim, já dia 30 de setembro, fomos para o albergue Red Lantern, um dos melhores em que já estive. Além da decoração ser linda, o Red Lanter tem todas as facilidades que um viajante pode precisar (gravei Cd com fotos, ótimo café da manhã, guias em todas as línguas, bicicletas para alugar, limpeza nota 10, pessoal fluente em inglês). E fica no distrito de Xicheng, tão central como o Dongcheng.

Neste albergue conheci um brasileiro, Oliver. Ele vive no Japão, em Osaka, onde tem um albergue e uma escolha de inglês. Estava em Pequim a passeio com alguns estudantes e dali a alguns dias viajaria para o sul da China.

A Muralha da China foi o mais impressionante dos lugares que visitamos em Pequim. Fomos até um ponto da muralha que fica a pouco mais de uma hora do centro de Pequim. Andamos 1 hora para subir (degraus bem grandes) e mais 1 hora para descer. É realmente impressionante, principalmente pela história que guarda. Na volta a Macau, do avião, vimos a Muralha de novo, e agora acredito que seja possível vê-la da Lua.

Também gostei muito do Temple of Heaven, onde os imperadores chineses mandavam sacrificar animais (e talvez pessoas, a história não deixou isso muito claro), para oferecer aos deuses. Dentro do templo está o ponto em que muitos chineses acreditavam ter a melhor conexão entre o céu e a terra. É o tipo de lugar em que a gente sente uma energia especial, por isso elegi como um dos meus prediletos.

O Summer Palace também é interessante. É um lugar lindo, enorme, com diversos templos, um lago artificial, pontes, jardins... tudo construído para os imperadores chineses passarem o verão. A Poka me disse que alguns chineses criticam o fato de um lugar tão maravilhoso ter sido contruído só para o luxo de alguns imperadores (como é o caso da Imperatriz Cixi, uma das mulheres mais poderosas da história da China), enquanto o povo passava necessidades.



MACAUMACAUMACAUMACAUMACAUMACAU


De volta a Macau, vamos aos cassinos.... Joguei pela primeira vez na última sexta-feira, no Cassino Venetian, que é o maior do mundo e emprega 11,2 mil funcionários. Ganhei $$$. Mas pouco... assim que eu ficar rica em algum cassino escrevo um post de despedida e vou viajar a Ásia toda :)

O Venetian foi inaugurado em 27 de agosto e nos primeiros 17 dias recebeu 1 milhão de visitantes. É incrível o tanto de chineses que jogam...

Além do cassino, o Venetian tem um complexo hoteleiro (com 3 mil quartos, o mais barato R$ 350 a noite para o casal e o mais caro R$ 3.500)), diversas lojas chiques, restaurantes finos - incluindo um brasileiro "Fogo Samba" -, uma Arena para shows com capacidade para 15 mil pessoas e muitas salas de convenções.

O Venetian é o cassino mais bonito de Macau, gosto muito do Crown também, mas o Venetian ganha. O Sands, que é dos mesmos donos do Venetian, é bem legal, mas já está um pouco sujo. Todos os cassinos de Macau estão sempre lotados, sempre mesmo, 24h por dia, 7 dias por semana.

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DIA A DIA DIA A DIA DIA A DIA


Agora tenho que ir ao banco, que fica a 10 min daqui, a pé, depois ao supermercado, que é no mesmo quarteirão do banco. Preciso comprar vasilhas e pratinhos porque amanhã é o dia em que temos que cozinhar o prato mais tradicional do Brasil. Eu e o Antonio faremos feijoada!

Ainda hoje, mais tarde, vou jogar squash no complexo esportivo aqui da Universidade. É de graça e tem duas quadras boas. Estou tentando jogar pelo menos 4 vezes por semana. Às terças e sextas tenho aulas das 18h as 20h e nos outros dias vou só para praticar um poquinho. As aulas são em cantonês, hehehe, mas quando eu não consigo adivinhar o que tem que fazer eu peço para algum aluno que fala inglês traduzir para mim!

Até a próxima!

Beijos, saudades....

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Ni hao!

Com um mês de atraso, começo hoje a escrever meu diário de viagem pela Ásia!

Nestes quase 30 dias - cheguei aqui em 16 de agosto - já conheci bastante de Macau e viajei para Hong Kong, Guangzhou e Zhuhai, todas próximas daqui, mas bem diferentes entre si.

Para ir pra Hong Kong basta tomar um ferry boat aqui em Macau e a viagem dura 45 minutos. A cidade é linda, mistura o que há de moderno no ocidente com o que há de mais antigo e tradicional da cultura chinesa. Fantástica! Mas cara, bem cara em comparação com cidades chinesas.

Zhuhai, por sua vez, é o paraíso das compras. Depois de cruzar a fronteira de Macau para a China, a pé, chega-se em Zhuhai. A 10 passos da alfândega há um shopping subterrâneo com muitas lojas. Principalmente de roupas, bolsas, Cds e Dvds, sapatos. Os preços são ótimos - paguei 40 patacas (cerca de R$ 10) pela terceira temporada do Lost. É falso, mas perfeito. Você não diz que não é verdadeiro se olhar a caixa. Ainda não tive tempo de assistir e acho que não terei, mas dei uma espiada e a imagem é boa também. As roupas, no entanto, tem péssima qualidade.

Macau não é uma cidade barata, custa pelo menos o dobro da China (de Zhuhai, por exemplo). Mas muitas coisas são bem mais baratas do que no Brasil. É possível pagar 16 patacas (R$ 4 ) por um almoço bom, R$ 15 por uma blusa boa, R$ 5 por um par de havanas (isso mesmo, havanas) e R$ 20 por um par de Havaianas verdadeiras.

Bem, de Hong Kong fui de ônibus até Guanzhou (no Brasil, Cantão), já no continente chinês, na província de Guangdong. A cidade tem 10 milhões de habitantes e é bem esparramada. Fomos em 20 pessoas, todos alunos do programa de intercâmbio da Universidade de Macau. Ficamos em um albergue excelente, muito bem localizado - de frente para o rio, perto do metrô e de vários restaurantes e bares - e barato (R$ 16 por noite, em quarto com 6 camas e banheiro privado).

De Guangzhou guardo a imagem de idosos jogando peteca com os pés, dançando uma espécie de tango, jogando badminton, ouvindo músicas.... como se fossem jovens. As praças todas cheias deles, todos felizes.

Também guardo a amizade que fiz com uma garotinha de 8 anos de óculos e camiseta amarela. Ela me ensinou contar até 10 em chinês. Ela dizia os números em inglês e chinês, e repetia até eu acertar a pronúncia.

As crianças chinesas aprendem inglês (não sei se todas elas, mas as que conheci até agora aprendem) então para pedir informações nas ruas é melhor recorrer a elas. Logo que chegamos (eu, Antônio, as portuguesas Daniela e Rita e o alemão Marcel) pegamos um táxi para ir até o albergue. Não sabíamos o endereço chinês, então o taxista parou um homem na rua para pedir informação. Mas não era um homem qualquer, era um homem com uma criança de uns 9 anos... Pronto! Falamos o nome em inglês, a criança traduziu para o pai, que disse ao taxista.

Ni hao! (Oi!)

Mas agora estou estudando chinês e espero da próxima vez conseguir ao menos dizer para onde quero ir!

Por enquanto só sei dizer: Oi! Tudo bem? Bom dia! Boa Noite! Tchau! Tudo bem, e você? Quero arroz, frango e vegetais. Obrigada! Me desculpe! Quero ir para a Universidade de Macau. E mais uma coisinha ou outra.... Ah, mas tem um detalhe: sei em cantonês e em mandarim! Porque em Macau fala-se cantonês, então estou aprendendo um pouco para me virar aqui.

Mandarim estou aprendendo nas aulas - todas as segundas e quintas, das 18h30 às 20h - e com a minha companheira de quarto, a Poka, uma chinesa de Xangai.

Neste momento ela está dormindo, normalmente ela dorme antes que eu. E eu estou só com o abajour aceso (nosso quarto tem também frigobar, armários grandes, escrivaninhas, ar condicionado e muitas janelas, com uma vista fabulosa para o Pacífico, para pontes e para os cassinos coloridos de Macau).

Eu adorei a idéia de dividir quarto com uma chinesa, é um jeito de conhecer realmente os costumes deste povo tão interessante.

A Poka (esse é o nome inglês, o chinês é Cui) também está aqui em Macau em intercâmbio e, assim como eu, vai estudar um semestre na Universidade de Macau. Há muitos chineses estudando aqui, mas a maioria deles está fazendo toda a faculdade, então ficam por 4 anos. Apenas cinco meninas chinesas estão no mesmo esquema que eu. São: Poka, Bonnie, Nerwing, Jiemin e Eva. Todas de Xangai, da Universidade Fudan, uma das melhores da China.

Ao todo, somos em 74 alunos estrangeiros, de 15 países. Do Brasil, só eu e o Antônio. Há dois colombianos, três portuguesas, vários franceses, belgas, alemães, suecos, holandeses, alguns dinamarqueses, um italiano, um grego, dois espanhóis, algumas japonesas, seis filipinos e as chinesas.

Nos conhecemos na semana de 20 a 27 de agosto, durante o período de "Orientação". Fomos a pontos turísticos em Macau, restaurantes chineses, tivemos aulas de cultura e língua, tudo organizado pela universidade. Tínhamos dois ônibus e três monitoras macaenses, que nos ajudaram bastante a começar a descobrir Macau: Grace, Sammy e Goretti.

Amanhã continuo a escrever, falar um pouco sobre comida (cachorro? sapo? cobra?) e tento colocar fotos aqui. Por enquanto, algumas estão no endereço: http://www.ringo.com/profile/olialo.html

Bom dia, Brasil, que estou indo dormir!

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Ah, mas Macau fala português!


Por quê Macau?
Por quê não?

A menos de um mês para eu viajar a Macau, ilhota no sul da China, bem perto da próspera Província de Guangdong e, melhor que isso, a 50 minutos - de ferry boat - de Hong Kong, ainda não sei falar chinês.

-Mas tudo bem, Macau é ex-colônia portuguesa, quase nem é China! , disseram alguns amigos.

Sim, na mesma época em que os portugueses chegaram ao Brasil, o luso Jorge Álvares, mais precisamente em 1513, chegou a Macau. Em 1999, a ilha, então com uns 440 mil habitantes, tornou-se uma Região Administrativa e Especial da República da China.

Durante seus oito anos independentes (1999-2007), Macau parece ter esquecido o português e, deslumbrada com as receitas dos cassinos, cresceu, gostou de crescer, aprendeu um pouquinho de inglês, superou Las Vegas como a capital mundial do jogo e logo deve passar Ribeirão Preto em termos de população (eu tinha que dar um jeito de citar minha cidade natal no meu primeiro post, não é?). Hoje, Macau tem 500 mil habitantes.

Com português e inglês, talvez eu consiga me virar bem por lá. Mas vou tentar aprender mandarim, ah se vou.


Cassinos

No ano passado, os cassinos de Macau tiveram uma receita bruta de aproximadamente R$ 16,1 bilhões (55,8 bilhões de patacas, moeda macaense).

Com esse valor, a região chinesa, com 25 cassinos ativos em 2006, ultrapassou Las Vegas e assumiu o posto de capital mundial do jogo. Os cassinos da cidade norte-americana somaram uma receita bruta de cerca de R$ 15,6 bilhões de janeiro a dezembro do ano passado.

As informações são da Agência Lusa, que cita fontes oficiais chinesas e norte-americanas, veja: http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=5490 e http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=6287.


Economia

Vou a Macau para estudar economia na Universidade de Macau, que fica na ilha da Taipa. Macau é composta por três ilhas: Macau, Taipa e Coloane. A faculdade é em Taipa, mesma ilha do maior cassino do mundo, o Venetian.
Vou morar na residência universitária, um prédio com 21 andares, 4 elevadores e ainda não sei quantos quartos.

Na faculdade, quero aprender mais sobre economia chinesa, mercado financeiro asiático e economia dos cassinos, mandarim, cultura chinesa e, porque não, jornalismo "a la China".